Os três “mosqueteiros” que preparam o Carnaval da Acadêmicos de Vigário Geral

Publicado por Rota do Samba em

Os três “mosqueteiros” que preparam o Carnaval da Acadêmicos de Vigário Geral

A Acadêmicos de Vigário Geral será a última escola a se apresentar na Passarela do Povão, na Estrada Intendente Magalhães, na terça-feira de Carnaval, no próximo dia 5 de março. A presidente Elizabeth da Cunha, a Betinha, salientou que a responsabilidade será grande em mostrar ao público um desfile animado, criativo, com efeitos nas palhetas de cores e plasticamente alinhado ao enredo “Mwene Kongo – O Reino Europeu na África que se tornou folclore no Brasil”, que contará um pouco da história da cultura do Maracatu.

Há 12 anos trabalhando juntos, sendo quatro na Vigário Geral, os carnavalescos Alexandre Costa, Marcus do Val e Lino Salles, os três “mosqueteiros” da azul, vermelho e branco da Zona Norte, destacaram a importância do trabalho de cada um na confecção e desenvolvimento do enredo da escola, e na leitura visual que pretendem apresentar no desfile da Intendente Magalhães.

A maioria das fantasias é confeccionada na quadra da escola, onde fica o principal atelier comandado pelos “mosqueteiros”. No local é possível perceber a confecção de alas, chapéus, adereços e alegorias de mão, braços e pernas. Os carnavalescos seguem a risca cada detalhe, e se destacam por serem muito perfeccionistas.

Os três começaram no bloco Colibri de Mesquita, depois passaram ao bloco Chatuba de Mesquita, onde foram campeões. Após o campeonato, o bloco tornou-se escola de samba, e eles ficaram na mesma até a agremiação chegar à Série D. Depois, eles foram para a Rosas de Ouro, onde subiram com a escola para a Série B e trabalharam por três anos. Em seguida, chegaram a Vigário Geral, trabalhando juntos durante quatro carnavais.

Lino Sales é o estilista responsável pelos desenhos e fantasias da escola. Porém, revelou: os três trabalham juntos e possuem a mesma identidade para a agremiação. Cada um pode dar uma ideia, a mesma é bem trabalhada e o resultado, segundo eles, as vezes fica surpreendente.

“O Carnaval da Vigário Geral está sendo feito com muita criatividade e reciclagem. Estamos reciclando todo material que temos e também aqueles que ganhamos de outras agremiações, porque sem verba fica difícil a gente fazer milagres. Porém, estamos reciclando e fazendo o melhor possível dentro do enredo. Tudo está de acordo com a nossa programação. Os materiais alternativos são importantes e nos ajudam muito a dar o brilho que pretendemos apresentar no desfile. Hoje o Carnaval se resume muito em criatividade e reciclagem de materiais. Além disso, você pode fazer uma ala bem colorida e usar a palheta de cores para dar aquele visual na Avenida”, disse Lino Sales.

Marcus do Val, que é funcionário público, revelou que o Carnaval sempre esteve presente em sua vida. Ele gostava de assistir aos desfiles em casa e decidiu desfilar para sentir a emoção de pisar em uma Avenida. Destacou que iniciou como componente em 2003, na Imperatriz Leopoldinense. Marcos é o responsável pela pesquisa de enredo da Vigário Geral.

“Eu desfilei em muitas escolas. Sempre gostei de ler e pesquisar enredos. Foi quando a gente formou o trio e fiquei com a parte de pesquisa da escola. Acho que a mudança no regulamento não atrapalhou o desenvolvimento do carnaval, pois eu acho que a escola que pretende chegar à Série A tem que ter componente. Entretanto, é dificil vestir 700 pessoas sem ter a subvenção. Acho que isso deveria ser levado em conta ao aumentar o número de desfilantes. A justificativa também é válida, pois como você vai colocar 400 pessoas em um ano e, ao subir para a Sapucaí, ter que levar quase 2 mil? A escola precisa estar preparada para essas mudanças”, destacou Marcos do Val.

Alexandre Costa é professor de desenho e matemático, além de ser o responsável pelas alegorias da agremiação. Ele, que comanda toda a engenharia dos carros da Vigário Geral, revelou que o desfile promete muitas surpresas.

“O grande barato do Carnaval será mostrar a nossa cultura ao público. O importante é o público entender um pouco do que a gente pretende passar. Vamos falar do Maracatu, quando começou e de onde surgiu. Mwene Kongo é o grande rei do Congo. A ideia é exaltar o folclore do Brasil: a Congada e o Maracatu, além disso é a prova da resistência do negro escravizado e preso, pois consegue impôr a sua cultura, tradição e folclore no mundo dos brancos. Isso em toda Europa, com destaque em Portugal quando teve início a Congada. Logo após, chegamos ao Maracatu. A história é grandiosa, iniciando com a rivalidade entre mouros e cristãos que resultou nas grandes navegações portuguesas. O público pode esperar um grande desfile da Vigário Geral”, revelou Alexandre Costa.

A escola desenvolverá o enredo em 20 alas. O primeiro setor destacará os europeus; o segundo, abrange as novas tecnologias e os desafios do mar desconhecido; o terceiro, será a África livre e o rei do Congo (onde está nosso personagem que dá título ao enredo, o “Mwene Kongo”); e o quarto, o Congado e o Maracatu no Brasil.

Além de carnavalescos, eles também são diretores de carnaval da escola, juntamente com Lúcia VG. “Como estamos durante a semana na quadra confeccionando as fantasias, acumulamos essa função para ajudar a presidente Betinha e a escola nos ensaios. Queremos contar com a nossa comunidade para apresentarmos um belo desfile no dia 5 de março, na Passarela do Samba”, destacou o trio.

Fotos: Adriana Vieira

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Adriana Vieira
Assessora de Imprensa
Gres Acadêmicos de Vigário Geral


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