2010 – Acadêmicos de Madureira – Campinas – Sinopse

Publicado por Rota do Samba em

Acadêmicos de Madureira

Campinas – SP

CARNAVAL 2010

ENREDO: Abram As Cortinas 100 Anos de  Adoniran Barbosa” 

 

COMPOSIÇÃO DA ESCOLA NA AVENIDA:
Comissão de Frente:
Casal mestre sala e porta bandeira:
Carro Abre Alas:
Valinhos / Era Do Rádio (Charutinho)

Alas:
1 –
     Velha Guarda
2 –     Ala O pescador – Mulheres de Areia (1973);
3 –     Ala Cangaceiro (cinema);
4 –     Joga chave
5 –     Ala Baianas: Bom dia Tristeza;
6 –     Bateria: Tocar na Banda;
7 –     Ala Mariposas;

Carro: Saudosa Maloca – Trem Das Onze (Grandes sucessos)

8 –     Ala Tiro ao Álvaro;
9 –     Ala Samba do Ernesto;
10 –  Ala Iracema;
11 –  Ala Eu sou Curíntia.

Carro: Bolo 100 anos

SINOPSE:

“Venho por meio dessas mal traçadas linhas
Comunicar-lhe que fiz um samba pra você,
No qual quero expressar
Toda minha gratidão
E agradecer de coração
Tudo o que você me fez. 

O dinheiro que você me deu
Comprei uma cadeira lá
Na Praça da Bandeira.
Ali vou me defendendo,
Pegando firme dá pra tirar
Mais de mil por mês. 

Casei, comprei uma casinha linda
Lá no Ermelindo,
Tenho três filhos lindos,
“Dois são meus, um de criação…” 

(Vide verso meu endereço – samba gravado em 1974) 

Talvez, este seja o samba mais original e fiel a tudo aquilo que João Rubinato, já Adoniran Barbosa, viveu, celebrou e sublimou durante toda sua vida como pessoa humana, artística e hoje, ícone do verdadeiro samba cuja letra bem humorada poetiza as agruras e prazeres da vida num país em profundas transformações políticas e econômicas. Desinteressado pelos estudos, foi autodidata e preferiu experimentar tudo aquilo que escolheu aprender, ao invés das teorias das salas de aulas nas escolas e faculdades da época. Tinha profundo respeito pelas instituições educacionais e deixou de freqüentá-las meramente por identidade metodológica ao aprendizado cotidiano e nunca por crítica aos valores ensinados nas academias. Apenas era um espectador da cultura popular, e soube filosofar como ninguém a ciência do viver, numa grande cidade em plena transformação político econômico e sua pluralidade social.

  A questão está no berço de João Rubinato, cuja propriedade cultural celebrava a Itália até então dos vilarejos medievais onde, além de cultivarem o valor pela família unida e reunida, eram portadores da história cultural, política e arquitetônica de um povo. Estes aprenderam a criar e transformar com simplicidade a vida e tudo a volta, com o melhor de si e para a instituição familiar. Na pequena Cavarzere, de aproximadamente 15 mil habitantes, próxima a Pádua, na Itália, que imigrou Fernando Rubinato e Emma Riccini, nascidos e criados neste típico vilarejo Veneto.

 Depois de uma breve estadia em Tietê, no interior de São Paulo, a família Rubinato se mudou para Valinhos, então distrito de Campinas, cuja população da época girava em torno de mil habitantes, sendo 90% imigrantes italianos. Seu Fernando, ansiando pela novidade e a sede de construir uma vida melhor para sua família em formação, viu nas fábricas a oportunidade de desenvolver este privilégio, contrariando os demais imigrantes que investiam na lavoura suas expectativas. Na olaria da família Spadaccia conquista seu primeiro emprego em terra brasileira.

 Após o nascimento de Helena, veio pela ordem Alice, Ângelo, Francisco, Ainez e por último João, nascido em 06 de agosto de 1910, pelas mãos da parteira da cidade, Dona Antoniase. Nestes momentos felizes vividos pela família, a tarantela reinava absoluta juntamente com outras músicas italianas e ao sabor da polenta de dona Emma.

O mundo me condena
e ninguém tem pena
falando sempre mal
do meu nome
deixando de saber
se eu vou morrer de sede
ou se eu vou morrer de fome. 

Mas a filosofia
hoje me auxilia
a viver indiferente assim
nessa prontidão
(1) sem fim.
Vou fingindo que sou rico
pra ninguém zombar
de mim.

Não me incomodo
que você me diga
que a sociedade é minha inimiga,
pois cantando nesse mundo
vivo escravo do meu samba
muito embora vagabundo.
Quanto a você da aristocracia
que tem dinheiro
mas não compra alegria
há de viver eternamente
sendo escrava dessa gente
que cultiva a hipocrisia.

(Filosofia – Noel Rosa – cantada por Adoniran num programa de calouros que abriu as portas para o radio)

Adoniram, aprendiz das ruas, vê nas rádios paulistanas a porta de entrada para ser ator, popularizar seu nome e ganhar algum dinheiro. Graças ao emprego de vendedor da tradicional casa de tecidos da 25 de março, SEABRA & Cia, que por pressão familiar João aceitou, e sua função de visitar os clientes nas ruas centrais da capital, para conferir estoque e vender novos produtos, que Adoniran, desviando seu caminho dos clientes da tecelagem, para visitar os estúdios das emissora de rádios paulistanas que despontavam na década de 30, criou oportunidades de conhecer pessoas chaves que trariam para si a oportunidade almejada. Para tanto, freqüentou os bares e botecos que os funcionários e artistas das rádios iam. Nestes momentos conheceu as grandes figuras artísticas da época, como o locutor Nicolau Tuma, o cantor Raul Torres e o maestro José Nicolini.

Graças à ousadia em utilizar o horário de expediente, para garimpar oportunidades no meio artístico paulistano que, conseguiu um convite para se apresentar no programa de calouros do radio, na radio cruzeiro do sul. Como escolha para a especial ocasião, Adoniran canta o samba “o que será de mim”, de Ismael Silva, Nilton Bastos e Francisco Alves. Tudo para enfrentar o totem do radio paulistano Roque Ricciardi. Mal houve tempo de terminar a primeiro estrofe e o gongo soou, retirando Rubinato do palco e o deixando afogar as magoas no boteco ao lado da estação da rádio.

Insatisfeito e com o orgulho ferido, retorna diversas vezes a radio até conseguir uma nova oportunidade de Paraguassu, cantando desta vez, o samba “Filosofia”, de Noel Rosa e André Filho. Conquistou um contrato para cantar no radio uma vez por semana.

Em 1934, Jorge Amaral foi contratado pela recém inaugurada Rádio São Paulo e como era amigo de João Rubinato, aceitou testar seu talento numa apresentação planejada que, ao final da apresentação, dispensou Adoniran dizendo: “sua voz é boa pra acompanhar defunto”. Chateado, Adoniran imaginou que o problema estava em seu nome. Criou então o nome artístico conhecido e respeitado até hoje. O primeiro nome era de uma amigo de boteco que trabalha nos correios, Adoniran Alves. O segundo era nome de um cantor carioca, de samba de breque, chamado de Luiz Barbosa.

A perseverança manifestada através da insistência e a crença em seu talento renderam, inicialmente, bicos nos rádios paulistanos como radio ator, dando inicio a sua carreira como comediante. Nos anos 50, começa ganhar visibilidade como poeta do samba e intérprete, graças a seu amigo Osvaldo Moles. Moles participa da fundação da radio Tupi, a convide de Assis Chateaubriand, mas decidiu aceitar o convite do amigo Octávio Gabus Mendes e foi para radio Record, com um bom salário pago por Paulo Machado de Carvalho.

Graças ao humor reflexivo e adocicada mente crítico de Adoniram, através da forma errada na escrita, para compor letras de samba e personagens, chamou para si a atenção das massas rejeitadas pela sociedade, pois falava sua linguagem e induzia sutilmente, através da aparente brincadeira, o seu pensamento de discordância a diferença de classes sociais e condições econômicas. Criou para esta finalidade, personagens que caíram nas graças do povo, como os famosos malandros: Charutinho, grande criador de bordões como “chora na rampa, negão”, e Zé Cunversa.

“Eu sou corintiano, e o Trindade ia à Record passear sempre, e quando me via, brincava muito comigo. Gostava muito de mim o seu Trindade. Então, ele me deu uma cigarrilha – não era um charuto. Então o Moles, grande amigo meu, me viu fumar esse charutinho. E ficou Charutinho”.

Graças à experiência adquirida como radio ator, conquistou papel relevante numa novela na TV, “mulheres de areia”, de 1973.

“Vim passear na Tupi, rever colegas, e o Carlos Zara, que é um grande coração, quando me viu perguntou se eu queria fazer um papel na novela Mulheres de Areia. Antes que ele se arrependesse, respondi que queria”.

Chico Belo, líder dos pescadores da colônia, falava pouco, mas aparecia muito e o desempenho de Adoniran foi tão convincente, que sua estrela voltou a brilhar para imprensa e o público do país. A boa repercução e o desempenho do ator Adoniram, renderam-lhe ainda mais 03 novelas a participar.

“Pretendo ser mais astro no cinema do que o próprio Robert Taylor. Estou só esperando uma chance”.

Talento sem limites, Adoniran experimentava cada nova oportunidade como única e exclusiva, com toda sua simplicidade de ser e expressar-se, o que eram a fórmula de sua capacidade de encantar e tornar-se encantador. Vive um personagem cuja, sua contribuição, foi essencial para o sucesso de “O Cangaceiro”, do diretor Lima Barreto, realizado em 1952 no interior do estado de são Paulo e que rendeu exibição em Cannes, ganhando o prêmio Internacional de Filmes de Aventuras. Mesmo o papel tendo sido de “homem arsenal” do filme, Adoniran recebe elogios impressos no correio paulistano, no dia do aniversario de são Paulo daquele ano: “Das pontas, Adoniran Barbosa é o melhor, roubando todas as cenas em que intervém, caracterizando um cangaceiro em ruínas. Um esplêndido coadjuvante, que não pode ser esquecido para filmes futuros”. Hoje ele é figura Cult do cinema.

“As mariposa quando chega o frio
Fica dando vorta em vorta da lâmpida pra si isquentá
Elas roda, roda, roda e dispois se senta
Em cima do prato da lâmpida pra descansá”.

Mariposear = pousar aqui e ali. O mesmo que borboletear. Atitude tanto relativa a homem como a mulher. Recorde Helena que ele amou, borboleteou para Delfina e depois para a Cristina – é uma mariposa. No desporto, estilo de natação, derivado do estilo de bruços, em que os braços são levantados em simultâneo sobre a cabeça , enquanto se movimentam os pés para cima e para baixo.

Já viste os requebros efeminados, as inflexões languidas (da voz ou do corpo) daquela borboleta, daquele mariposa – não engana ninguém.

Na sua inconstância de vôo, em defesa aos insectivoros, as mariposas ou os insetos lepidópteros tem dois pares de asas, cobertas de um pó muito fino e escamoso que é repulsivo. (dicionário inFormal – http://www.dicionarioinformal.com.br)

Mariposa = Eu sou a lâmpida, e as muié é as mariposa, que fica dando vorta em vorta de mim todas as noites só pra me beijar. (dicionário adoniranês – 2010)

“Joga a chave meu bem
Aqui fora ta ruim de mais.
Cheguei tarde, perturbei seu sono
Amanhã eu não perturbo mais…”

 Adoniran, bastante boêmio, fonte também de suas inspirações, numa noite de fogo perde a chave e chegando a casa não tem outro jeito se não acordar Matilde, provocando muita discussão pro dia seguinte. Malandro como manda sua essência, transformou o episódio em samba. Salvo a brincadeira marota da letra, Adoniran tinha em Matilde seu porto seguro, apaixonada, dedicada e paciente. Aprendeu a conviver com os gostos boêmios de Adoniran. Mas foi recompensada pelo seu amor provado numa outra bela canção, agora romântica – “prova de carinho”. Com o passar do tempo aprende a entender que Adoniran ama o rádio, a boêmia e a Mathilde.

“Tocar na banda
Pra ganhar o que
Duas mariolas
E um cigarro Iolanda.”

Tocar na banda, com certeza foi escrita, para todos aqueles que têm paixão pelo carnaval, pelo samba, por tudo aquilo que compõe a realização da maior e mais alegre festa do planeta. Nenhum país por mais rico economicamente e tecnologicamente que seja, consegue produzir festa que se assemelhe. Ninguém melhor então que a bateria para traduzir esse amor incondicional. Eles ensaiam exaustivamente e voluntariamente só para promover o melhor da escola de coração. Trazendo e compondo na apresentação o ritmo e o entusiasmo da escola. Quanto mais amor, mais contagiante a bateria se torna e mais publico ira encantar e emocionar na avenida. 

“Se o sinhô não ta lembrado
Dá licença de conta
Que aqui onde agora está
Esse edirfiço arto
Era uma casa veia
Um palacete assombrado. 

Saudosa maloca, maloca querida
Donde nos passemos
Os dias feliz de nossas vidas.”

Adoniran é um bom exemplo de artista temporão. Do mesmo modo, algumas de suas musicas mais conhecidas tiveram de esperar para serem reconhecidas como clássicos da nossa musica popular. Uma delas é “Saudosa Maloca”. Albion era um velho hotel da rua aurora que Adoniran aprendeu a admirar em muitas das suas caminhadas. Acabou fazendo amizade com um dos sem teto, chamado de Mato Grosso, que era um dos moradores da maloca, chamados de marginais na época. Mato Grosso então revela a Adoniran que programaram a demolição do prédio, colocando fim a tão querida maloca. Indignado, na volta pra casa, compôs de uma só vez o samba todo, celebrado até hoje nas marchinhas tradicionais e encontros carnavalescos como hino ao carnaval e sua essência.

“Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em jaçanã,
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas
Só amanha de manha.
Alem disso mulher
Tem outra coisa,
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar,
Sou filho único
Tenho minha casa para olhar
E eu não posso ficar.”

Como muitos sabem, o bairro do jaçanã entrou na letra só para rimar com amanhã de manhã. E ao ser lançado no disco, as linhas de ferro já não serviam mais o jaçanã. Mas a essência da mensagem e o teor contagiante da melodia permaneceram. Contudo, seu maior mérito foi de samba de maior penetração popular, numa época em que o surgimento da bossa nova e da tropicália que, mesmo mantendo o tema samba como pano de fundo se integram num processo de troca cultural que o mundo vivenciava. Naquele momento o samba deixou de ser prioridade midiática.

“Você veio me ver
Já estava ficando até meio triste
De estar tanto tempo longe de você.”

Na ocasião, Vinicius e Adoniram nem se conheciam, mas, graças a Aracy de Almeida, isso foi possível da maneira mais sensível e poética permitida. No Bar do Hotel Comodoro, em São Paulo, Vinicius e Aracy se encontraram e do encontro nasce o pedido de Aracy para que Vinicius escrevesse um poema especialmente para ela. Em minutos, num papel simples nascia “Bom Dia Tristeza”. Dias depois, estando Aracy na rádio Record, onde Adoniran trabalhava, em tom desafiante pediu a Adoniran para musicá-la.

Estavam fora do perfil de Adoniran canções melancólicas, mas esta, em especial por ter sido criada pelo grande poeta Vinicius, e para a grande artista Aracy De Almeida, torna-se encanto na genialidade musical de Adoniran. Na avenida, queremos que as baianas da escola poetizem o prazer de, depois de tanto tempo longe, estarem novamente na passarela do samba como se estivessem na presença do amor de suas vidas. O que não deixa de ser uma premissa verdadeira.

“Teu olhar mata mais do que bala de carabina
Que veneno e estriquinina
Que peixeira de baiano
Teu olhar mata mais que atropelamento de automóver
Mata mais que bala de revorver.”

Elifas foi criando a capa para o disco que ficou pronto em março de 1980, para coincidir com o aniversario de 70 anos de Adoniran Barbosa. O desenho retratava Adoniran com a cara triste de um palhaço, uma lágrima caindo pelo rosto. Roberto Augusto, o diretor da gravadora Odeon ficou preocupado que a capa pudesse ofender Adoniran. Criaram uma nova, e o desenho tornou-se quadro emoldurado na parede do escritório de Fernando Faro. Em visita numa determinada ocasião, Adoniram teve o primeiro contato visual com o desenho e imediatamente ligou para Elifas dizendo: “Elifas, eu sou esse palhaço triste aqui, não aquele alemão que está na capa do disco”.  

“O Ernesto nus convido prum samba
Ele mora no Brás
Nois fumo não encontremos ninguém.
Nóis vortemos Cuma bruta duma réiva,
Da outra veis
Nóis num vai mais”.

Em um de seus depoimentos, sai-se com essa pequena jóia, verdadeira arte poética dos muitos momentos de reflexão de Adoniran: “Falar errado é uma arte, se não vira deboche”. Ou ainda: “Eu sempre gostei de samba. Sou um sambista nato. Gosto de samba e pouco me importa se custaram me aceitar assim. Implicavam com as minhas letras, com os nóis fumo, nóis vamu, nóis semu. Etc…O que eu escrevo está direitinho La no bexiga. Lá é engraçado … o crioulo e o italiano falam igualzinho …o crioulo fala cantando…” 

“E hoje ela vive lá no céu,
E ela vive bem juntinho de Nosso Sinhô…
De lembrança guardo somente suas meias
E seus sapatos…
Iracema, eu perdi o seu retrato”.

O seu primeiro sucesso como compositor vira canção obrigatória das rodas de samba, das casas de show; é bem possível que todo brasileiro conheça, senão a música inteira, ao menos o estribilho, que se torna intemporal. Astuto observador das atividades humanas sabe também que o público não se contenta apenas com o drama das pessoas desvalidas e solitárias; é necessário que se dê a este público uma dose de humor, mesmo que amargo. Compõe para esse público um dos seus sambas mais notáveis, um dos primeiros em que trabalhou a nova estética do samba.

“Rio de Janeiro… samba de Noel
Terra da garoa… Adoniran, o menestrel
Eu sou o rei dessa folia
Pra delírio da FIEL”.

Um de seus tesouros particulares, guardado com carinho por Mathilde, era uma camisa do “Curíntia”, presenteada pelo doutor Sócrates, já no começo da década de 80. A torcida do Corinthians respeitou o merecido minuto de silêncio na partida seguinte ao falecimento de Adoniran.

Queremos, na avenida, trazermos o que Adoniran tinha de mais valioso: A simplicidade de ser e existir, traduzida na filosofia de suas músicas que foram e eram do povo, que transformou São Paulo na metrópole que a conhecemos. O povo humilde e batalhador que, embora a vida sofrida custasse à saúde e o tempo, eram sábios apreciadores da boa musica principalmente aquela ao alcance de seus ouvidos e paladar. Essa é a riqueza que Adoniram queria transmitir através de suas obras. Adoniram não leu livros de filosofia e ciência, mas viveu no dia a dia o resultado das somas, subtrações e divisões de uma cultura de exploração, trazidas pelos fundadores de um país cuja maior riqueza não foram os minérios, árvores nobres e diversidade biológica, animal e climática, mas a pluralidade cultural e o dom de transformar tudo isso em poesia, em samba, em Adoniran Barbosa.

 


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