A História do Carnaval Paulistano
A história do Carnaval na cidade de São Paulo confunde-se com a própria evolução política, social e econômica do povo paulistano, pois as grandes mudanças estão intimamente ligadas ao progresso e desenvolvimento da comunidade.
As primeiras notas a respeito apareceram na Ata da Câmara de São Paulo, em sessão de 13 de fevereiro de 1604, apontados como atos atentatórios aos bons costumes sociais e caracterizados pela violência.
Os bailes promovidos em São Paulo, datados historicamente de 1830, encerravam-se melancolicamente à meia-noite, pois não havia por esse tempo sociedades recreativas voltadas para a comunidade negra, principais precursores do Carnaval na cidade.
Os moçambiques, congadas e batuques eram reprimidos e foram substituídos pela dança do Caiapó, mas essa também era combatida pelas autoridades municipais, como pode ser verificado nas Atas da Câmara.
O marco inicial do Carnaval moderno, segundo historiadores, foi inspirado na Marquesa de Santos, então a dama de maior prestígio na sociedade paulistana.
Sua casa conhecida como Palacete do Carmo, recebia convidados para o baile carnavalesco. Alterando os hábitos, uma comissão organizou no domingo de Carnaval um desfile de cavaleiros pela cidade. Três anos depois, o “Grupo Carnavalesvo Os Zuavos” saía pela rua da Glória.
O primeiro desfile promovido pelo poder público aconteceu em 1934, quando o inovador Prefeito Municipal Fábio da Silva Prado criou o Departamento de Cultura e Recreação e destinou verba, coletada entre seus amigos, para financiar o evento. O vencedor do concurso foi o rancho Diamante Negro, seguido de Vim do Sertão. Na categoria blocos o primeiro lugar ficou com os Fenianos e, para os Cordões, a vitória foi dos Garotos Olímpicos, seguido por Camisa Verde.
Porém, o primeiro Carnaval Oficial da cidade de São Paulo só aconteceu no ano seguinte, organizado pelo jornal Correio de São Paulo e patrocinado pelo Centro de Cronistas Carnavalescos e pela Comissão Oficial. Neste evento já havia organização. Os grupo foram divididos em categorias e houve premiação.
Desde 1968, 215 escolas de samba já se apresentaram no Carnaval da cidade.
Dados Sambódromo
- Pista de 530 m de comprimento por 14 m de largura, com declive para evitar alagamentos;
- Redes de distribuição de água, esgoto, energia elétrica e telefonia, além de caixa d’água;
- Área da Concentração: 23 mil m²;
- Área da Dispersão: 14 mil m²;
- Arquibancada Monumental (setor B), com capacidade para 7.748 pessoas, além de 8 camarotes;
- Há ainda, ao longo da pista, 8 (oito) outros conjuntos de arquibancadas, com capacidade para abrigar 1.740 pessoas cada um (com exceção dos setores D e G, que comportam 1.447 pessoas), e 103 camarotes com estrutura de sanitários e lanchonetes, que acomodam de 10 a 90 pessoas cada um;
- Capacidade total (arquibancadas e camarotes): 32 mil pessoas;
- Sanitários: 580 unidades de fixos e 73 químicos.
Histórico do Sambódromo
O Polo Cultural e Esportivo Grande Otelo, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, é um dos maiores espaços para grandes eventos ao ar livre da cidade de São Paulo. Também conhecido como Sambódromo, é administrado pela São Paulo Turismo e abriga em média 30 grandes eventos por ano, entre eles a maior festa popular paulistana – o Carnaval –, além de shows e eventos musicais e esportivos como Nokia Trends, Skol Beats e Oi MegaRampa. O espaço foi palco para importantes turnês internacionais de artistas como Carlos Santana, Jack Johnson, Black Eyed Peas, Elton John, Kiss, entre outros.
O Sambódromo foi inaugurado em 1991 com capacidade para 10 mil pessoas. Em 1992, a conclusão de alguns módulos de arquibancada dobrou essa capacidade. Mas foi em 12 de fevereiro de 1996, com todos os setores concluídos, que o Polo foi entregue à população, já carinhosamente apelidado de Sambódromo, com capacidade ampliada para 30 mil pessoas.
Além de toda a concepção necessária aos grandes desfiles, o Sambódromo oferece infraestrutura para shows, eventos e desfiles, como o de 7 de Setembro, realizado ali desde 1998. O Polo também tem capacidade de reserva de água de 400 mil litros e de 1,4 megawatts para a iluminação de pista. Nos últimos anos, a diversificação da utilização dos seus espaços transformou o Sambódromo em um local para eventos de diferentes estilos, sejam eles cívicos, de entretenimento, esportivos ou artísticos.
Curiosidades Carnavalescas
A Origem do Termo
Assim como a origem do Carnaval, as raízes do termo também têm sido objeto de discussão. Para uns, o vocábulo advém da expressão latina “carrum novalis” (carro naval), uma espécie de carro alegórico em forma de barco, com o qual os romanos inauguravam suas comemorações. Apesar de ser foneticamente aceitável, a expressão é refutada por pesquisador, sob a alegação de que não possui fundamento histórico.
Para eles, a palavra derivaria da expressão latina “carnem levare”, modificada depois para “carne,vale!” (adeus, carne!), palavra originada entre os séculos XI e XII que designava a quarta-feira de cinzas e anunciava a supressão de carne devido à Quaresma.
Principais figuras Carnavalescas
Colombina: Como o Pierrô e o Arlequim, é uma personagem da Comédia Italiana, uma companhia de atores que se instalou na França entre os séculos XVI e XVIII para difundir a Commedia dell’Arte, forma teatral original com tipos regionais e textos improvisados. Colombina era uma criada de quarto esperta, sedutora e volúvel, amante de Arlequim, as vezes vestia-se como arlequineta em trajes de cores variadas, como as de seu amante.
Arlequim: Rival de Pierrô pelo amor de Colombina, usava traje confeccionado a partir de retalhos triangulares de diversas cores. Representava o palhaço, o farsante, o cômico.
Pierrô: Personagem sentimental, tem como uma de suas principais características a ingenuidade.
Rei Momo: Personagem que personifica o Carnaval brasileiro. Sua figura foi inspirada no bufo, ator de procedência portuguesa que representava pequenas comédias teatrais que tanto divertiam os nobres.
Máscaras e fantasias
Em 1834, o gosto pelas máscaras se acentuou no país. De procedência francesa, eram confeccionadas em cera muito fina ou em papelão, simulando caras de animais e caretas, entre outras representações. As fantasias apareceram logo depois, dando mais vida, charme e colorido ao Carnaval, tanto nos salões quanto nas ruas.
As armas
Lança-perfume: bisnaga de vidro ou metal que continha éter perfumado. De origem francesa, chegou ao Brasil em 1903. Em 1917, a Sociedade Piratininga de Higiene fabrica o primeiro lança-perfume nacional. Em 1966, ele é tirado de circulação, reconhecido como sendo prejudicial à saúde.
Serpentina: de origem francesa, chegou ao Brasil em 1892.
Confete: procedente da Espanha, surgiu no Brasil também em 1892.
A primeira marcha
A primeira música feita exclusivamente para o Carnaval, constituindo um marco para a história cultural brasileira, foi a marcha Ó Abre Alas, da maestrina Chiquinha Gonzaga, composta em 1899 e inspirada na cadência rítmica dos ranchos e cordões. A partir de então caíram no gosto popular. De compasso binário, com acento no tempo forte (primeiro tempo) , eram inicialmente mais lentas para que os dançarinos marchassem em seu rítmo. Com o passar do tempo foram sendo influenciadas pelas Jazz Bands.
Da primeira marcha aos sucessos carnavalescos de hoje, muitos foram os caminhos percorridos pelos gêneros musicais até predominarem definitivamente o samba e a marchinha com rítmos prediletos: tango-chula, polca, marcha-rancho, fado brasileiro, marcha-portuguesa, toada, canção, toada-sertaneja, valsa, maxixe, cateretê, chula à moda baiana e marcha batuque, entre outros.
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