Mocidade Unida do Santa Marta recebe sambas no dia 18 de outubro

Publicado por Rota do Samba em

Mocidade Unida do Santa Marta recebe sambas no dia 18 de outubro

Não é necessário gravar CD e a inscrição é gratuita. Confira sinopse atualizada e a logo oficial do enredo

A Mocidade Unida do Santa Marta chama novos e antigos compositores para inscreverem suas obras no dia 18 de outubro. Não é necessário gravar CD, nem pagar taxa. Basta fazer o samba e apresentar 12 cópias da letra. Com o título “Dona Marta Mexe o Caldeirão da Mocidade”, o tema traça uma espécie de crônica bem-humorada sobre os tipos e estilo de vida de sua comunidade.

Os autores do enredo são: Eduardo Gonçalves, Fábio Fabato, Gabriel Haddad, Leonardo Bora, Rafael Gonçalves, Vinicius Natal, Vítor Saraiva. A comissão que ver liberdade e criatividade nos sambas e pede que os compositores não fiquem presos em fórmulas.

“Vai ganhar o melhor, sentiremos na hora H o estilo mais adequado! Temos tradição de grandes sambas e esperamos mais um belo hino para este enredo que homenageia nossa gente. Venham concorrer e conhecer nossa comunidade pacificada!”, convoca Haroldo Fully, presidente da escola.

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Agenda (Mocidade Unida do Santa Marta):

Tira dúvidas com a comissão de carnaval – 04 e 11 /10

Entrega de sambas – 18/10

Início das eliminatórias – 20/10

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Endereço: Rua Jupira, 72 – Botafogo

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Leiam a seguir a sinopse atualizada do enredo: 

 

Dona Marta mexe o caldeirão da Mocidade

E beijando o rio de asfalto com nome de santo por onde escorre uma cidade que não descansa – São Clemente –, ergue-se Marta, outra santa, mas que também é dona, Dona Marta, quituteira de mão cheia, prendada e miscigenada. É ela, peito e bucho fartos, sangue de branco, índio e negro, a dona de um autêntico caldeirão – e quem nos apresenta uma receita com sabor multirracial, cultural e do balocobaco. Eis o morro, meus bons! Abre-se o cortiço dos poetas, dos loucos, dos sonhadores, do povo e, nas suas entranhas, lá está um borbulhante espaço de convivência onde manifestações, gentes e propostas circulam com liberdade. A vassoura que espanta o lixo vira estandarte na folia e é a mesma da mulher com buço por raspar que corre atrás do marido mulherengo no bar da esquina. Eita! Com mulher de bigode nem o Diabo pode!

A santinha vira moça formosa quando cai a noite, os trabalhadores são de enxada, terno ou bermudão, o sambista chacoalha a caixa com os fósforos que esquentam o rango. Tem até padre que bate uma bolinha com a molecada, o pastor amigo de benzedeira, curimba até o sol raiar, nos terreiros das batucadas. Tudo termina, claro, em café da manhã farto na laje, e o céu se enfeita de pipas e de um azul incomparável, para mais um dia acontecer. Dona Marta não se cansa de se debruçar sobre ela mesma, tal qual a namoradeira na janela com seu batom e vestido de chita, e vive a contemplar o colorido festival costurado em seu vestido de ladeiras, escadarias, becos e vielas grafitados.

Mas no carnaval vira onça, a felina da Avenida e dos bailes de máscaras, que se junta à mocidade unida do morro para festejar. Aliás, é na festa, em qualquer uma, que o brasileiro se iguala, se encontra, se apinha, sem distinções quaisquer. Ora, no caldeirão da Mocidade não poderia ser diferente! Mesa posta e som na caixa, Dona Marta abre as portas para tribos que vêm de cá e lá, “o baile todo!”, lado A e lado B, num democrático festival de misturas, arte-movimento. Regional, tradicional, transnacional, o morro tem ritmo de berço, exportado e importado, um vaivém sem alfândega e fronteiras. Do funk que ecoa a decibeis mil nas caixas de som ao velho e bom pagode de raiz, não faltam espaços e roteiros para furdunço.

É a rádio-comunidade unindo também corações românticos, trilha sonora para a novela da vida real que acontece indiferente à metrópole a 120 por hora lá embaixo. Tem forró nordestino, tecnobrega, a turma do gospel e até mesmo os nada afinados cantores de banheiro. E se falta água, é um tal de ajuda aqui e acolá, sobe e desce balde, mas as sinfonias de chuveiro sempre estarão garantidas. Morro é música, estilo e culinária. Tem aroma gostoso no ar, e então partem caravanas de todo canto – a pé, de van, piuí, tic-tac, batucando no busão, mas à la saltão plataforma, só na pose de grã-finas. Até Michael Jackson, o legítimo, se misturou ao caldeirão. E dessa panela… Bem, dessa panela – que mais parece uma cartola de mágico –, saem cuscuz, pé de moleque, pamonha, algodão doce, pirulito, picolé, uma praça inteira para brincar de ser feliz e jamais abandonar a porção criança. Dona Marta estende a toalha, põe mais água naquele feijão preto divinal e manda colocar outra cadeira. Afinal, no coração (e na mesa) da velha dama, sempre cabe mais um.

Senhoras e senhores, bem-vindos ao caldeirão da Mocidade!

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Comissão de Carnaval e autores do enredo: Eduardo Gonçalves, Fábio Fabato, Gabriel Haddad, Leonardo Bora, Rafael Gonçalves, Vinicius Natal, Vítor Saraiva.

Carnavalescos: Eduardo Gonçalves, Gabriel Haddad, Leonardo Bora, Rafael Gonçalves e Vítor Saraiva.

 Sinopse: Fábio Fabato

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Por Fábio Torres de Bastos


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