Nota Oficial da Associação Cultural Samba É Nosso

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Nota Oficial da Associação Cultural Samba É Nosso

 Plenária do Samba é Nosso

                    A ASSOCIAÇÃO CULTURAL SAMBA É NOSSO, ao tomar conhecimento da “nota oficial” da LIESB, vem, pela presente, em respeito à opinião pública, à mídia especializada, às Ligas coirmãs regularizadas perante o Poder Público, às Escolas de Samba em geral e às comunidades por elas representadas, esclarecer alguns pontos da curiosa manifestação daquela entidade, salientando que essa nota não se trata de resposta direta à aquela Liga, uma vez que só nos sentimos na obrigação de responder a quem está qualificado legalmente  para firmar contratos (inclusive para a gestão do Carnaval).

QUAL A ÚNICA LIGA CONSIDERADA APTA PELA RIOTUR, ATÉ O MOMENTO, PARA FIRMAR CONTRATOS COM O PODER PÚBLICO 

                    Conforme já foi informado pela própria RIOTUR, em sua nota oficial, ambas as Ligas apresentaram documentação para provar sua regularidade juntos aos órgãos oficiais, porém, apenas o “SAMBA É NOSSO” foi considerado “apto a firmar contratos” com o Poder Público, estando a outra Liga, até a presente data, com seu pedido ainda “sob análise”, uma vez que não foram entregues todas as certidões exigidas pela própria RIOTUR, o que é apenas mais um exemplo de quem teve mais competência para cuidar, entre outras coisas, de sua própria regularização.

                    E é por essa razão que nem mesmo podemos nos dirigir a tal entidade como uma Liga concorrente, uma vez que, quem ainda não pode firmar contrato para gerir os desfiles, não é parte legítima para receber respostas e não pode, da mesma forma, concorrer com quem já se encontra apto e legalizado.

AUTORIDADES PRESENTES AOS SORTEIOS DE CADA UMA DAS LIGAS

                    Como é de conhecimento de todos, realizamos no último dia 15/09/15, um evento – com a presença de mais de 800 (oitocentas) pessoas – amplamente divulgado pela Imprensa e pelas redes sociais, na Quadra do G.R.E.S. UNIÃO DE JACAREPAGUÁ, para o sorteio da ordem de desfile das Escolas de Samba que desfilam na Passarela Popular da Intendente Magalhães (Grupos B, C, D e E), onde todas as agremiações foram convidadas a comparecer, sem exceções.

                    Na oportunidade, além de representantes dessas agremiações (oito por Escola), contamos com a presença maciça de órgãos da mídia e de autoridades do Carnaval Carioca e do Município, como o Dr. Erick Straher, Diretor Social da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (LIESA), Luciano Vargens, representante da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Lierj), do Sr. Alex Cordeiro (Assessor do Prefeito Eduardo Paes), do Sr. Izaltino Gonçalves Medeiros (Presidente da Federação dos Blocos Carnavalescos do Estado do Rio de Janeiro), José Carlos Machine (Síndico do Sambódromo), o Sr. Flavio Callandi, Subsecretário de Esporte e Lazer e a Sra, Adriana Bernardes, Coordenadora da Vila Olímpica do Encantado.

                    Curiosamente, a supracitada LIESB, que tenta se qualificar como a legítima representante das Escolas de Samba que desfilam nos Grupos B, C, D e E não contou com a presença de qualquer autoridade carnavalesca ou da Municipalidade em seus eventos, até porque tais personalidades não se exporiam ao prestigiar um sorteio de ordem de desfiles promovido por quem, nem ao menos, está “apto” para firmar contratos ou qualificado legalmente para organizar desfiles, por não ter comprovado sua regularidade perante todos os órgãos competentes.

QUAIS FORAM OS CRITÉRIOS ADOTADOS EM NOSSO SORTEIO?

Da mesma forma que a própria Liga “não apta”, o SAMBA É NOSSO utilizou como critério para a definição da ordem de apresentação das Escolas, o sorteio através de bolas numeradas colocadas em uma “gaiola”, chamando os próprios representantes das agremiações para que estes girassem a mesma e pegassem aleatoriamente aquela que se projetasse para fora do local onde estavam, ficando pactuado entre os representantes das agremiações (que constituíram a maioria esmagadora no total das agremiações que desfilam na Intendente Magalhães) que (a) os presentes teriam prioridade sobre os ausentes, na escolha de suas colocações (assim como ocorreu na Liga “não apta”) e que, (b) após o sorteio teriam direito a fazer trocas entre si, de forma consensual, caso lhes interessasse e, havendo comunhão de interesses em mais de uma colocação vaga, a escolha recairia sobre aquele que ganhasse uma singela disputa do tradicional par ou ímpar, o que foi aceito por todos, sem contestação, o que está registrado em imagens de vídeo e, qualquer reclamação da Liga “não apta” acerca de tal solução – que se tornou contrato entre as partes envolvidas (e presentes) – não será sequer considerada e comentada aqui. Não perdemos tempo com atitudes debochadas e típicas de quem não apresenta argumentos sérios e convincentes.

AFINAL, QUEM DETÉM A MAIORIA DAS ESCOLAS?

                    Na “nota oficial” expedida pela Liga “não apta”, bem como em outras que a mesma emitiu e que não mereceram nossa atenção, mas que, agora, em respeito ao público, comentamos, seus representantes falam reiteradamente em democracia e na vontade da maioria e, sob esse aspecto, é bom que se deixe claro que, quando a RIOTUR afirma que as Escolas é que definirão a Liga que as representará não se refere a cada Grupo/Série, mas, sim, ao Carnaval da Intendente Magalhães como um todo, aí consideradas todas as suas Séries/Grupos de forma única e conjunta.

                    Usar – como vem sendo usado – o exemplo da gerência bilateral da LIESA / LIERJ na Sapucaí, para propor uma gestão conjunta é desprezar a inteligência alheia, uma vez que, naquela administração bilateral, há perfeita harmonia entre as entidades, o que, no caso da Passarela Popular da Intendente Magalhães não é possível, pela total falta de identificação entre as entidades, até mesmo, por uma questão de princípios e de práticas.

                    Aceitar duas Ligas conflitantes gerenciando os desfiles de dias diferentes seria expor o espetáculo a riscos inimagináveis, prejudicando a logística operacional em benefício de uma acomodação política desnecessária e repugnante, razão pela qual, vale repetir, a maioria a ser considerada não é uma maioria pontual, analisada grupo a grupo, mas contabilizada pelo somatório das Escolas de Samba das Séries B, C, D e E e, nesse conjunto,  TEMOS UMA CONFORTÁVEL E INCONTESTÁVEL MAIORIA e, isso fica mais que evidenciado, nas próprias palavras daquela Liga, que só se referem à maioria em uma das Séries (Série B), em suas “notas oficiais”, bem como na demonstração dada em nosso Sorteio realizado, vale repetir, no dia 15/09/15.

                    Isto sim é agir democraticamente e quem teme essa mesma Democracia é quem, desde o início, só pensou em administrar o grupo de elite da Intendente Magalhães, ou melhor, em gerir o grupo detentor do maior volume de repasse das verbas públicas, reservando total desprezo às agremiações dos outros grupos e, a maior prova disso, é que usou essa mesma Série B na própria composição do nome de sua Liga (Liga Independente das Escolas de Samba da Série B).

                    A tentativa de distorcer os fatos é tão clara como a constatação de que a verdade não é o melhor caminho, mas o único caminho que conhecemos.

POR QUE NÃO RESPONDEMOS AS “CARTAS” ENVIADAS PELA LIGA “NÃO APTA” 

Além das razões óbvias e já citadas, consistentes no fato de que não dialogamos com entidades “não aptas a assinar contrato”, esclarecemos que não respondemos à algumas “cartas” enviadas pela Liga “não apta”, como a mesma afirma em sua “nota oficial”, pela simples razão de que a mesma era assinada pelo Sr. Heitor Fernandes da Silva Neto que se qualificou naquela missiva (assim como já vinha fazendo desde o “sorteio” que a entidade promoveu para o Grupo B), como Presidente Administrativo da LIESB.

Ocorre que, após obtermos, pelos meios legais, uma certidão de inteiro teor que nos foi entregue pelo RCPJ (Registro Civil de Pessoas Jurídicas), constatamos que o referido senhor, embora, vale repetir, se apresentasse como Presidente Administrativo daquela Liga era apenas o Presidente do Conselho Fiscal, sem qualquer atribuição executiva e, caso déssemos alguma resposta àquela correspondência, estaríamos concordando com a prática de um ato ilegal cometido por alguém que não tinha competência para tal e não dialogamos à margem da lei.

Caso discorde de nossa informação, desafiamos, nesse momento, o Sr. Heitor Fernandes, a provar, a partir de que dia o mesmo regularizou-se, no órgão competente (RCPJ), como Presidente Administrativo da LIESB e porque razão o mesmo se apresentava à toda a Imprensa e ao público em geral como ocupante de um cargo para o qual não estava devidamente e legalmente empossado e se o mesmo, no dia do sorteio que realizou para o Grupo B – e em todas as vezes que concedeu entrevistas como sendo o Presidente Administrativo daquela entidade – realmente estava investido daquele cargo.

Entendemos que o próprio Ministério Público deveria voltar seus olhos para a conduta de alguém que se apresentou a todo o público como ocupante de um cargo de direção em uma associação, sem estar legalmente investido desse mesmo cargo, para apurar, inclusive, a prática de possível ilícito penal.

Não mais permitiremos que o Carnaval do Povão continue a ser administrado de forma amadora e irresponsável, por pessoas que se utilizam de qualquer expediente, como esses, para enganar o mundo do samba e alcançar o Poder a qualquer custo.

                    Como se não bastasse, aquele que se apresenta como o Presidente de uma associação de escolas de samba é o mesmo que, no Carnaval/2015, presidiu o histórico G.R.E.S. EM CIMA DA HORA, levando-o ao desfile mais vergonhoso de sua história, uma vez que grande parte de seus componentes desfilou sem fantasias nos quatro setores, não cumprindo, sequer, uma das mais primárias obrigatoriedades, uma vez que perdeu pontos, inclusive, por falta de Baianas (apresentou apenas 25 para um mínimo de 35).

                    É mesmo esse péssimo administrador que, hoje, vem a público falar em ética e respeito às leis e ao mundo do samba?

                    É mesmo esse péssimo administrador que não conseguiu administrar sua própria Escola e, agora, tenta disputar a gestão dos desfiles de dezenas de Escolas – que desfilam na Intendente Magalhães – com um líder como MARCOS FALCON, Presidente de nossa entidade, além de figura reconhecidamente competente perante a opinião pública e pela mídia em geral por seu trabalho à frente da Portela e pelo apoio logístico e material prestado às Escolas desses Grupos ao longo dos últimos quinze anos?

                    Definitivamente, o discurso da LIESB não nos parece ser coerente com o passado administrativo de seu maior representante, o que pode ser sintomático e preocupante.

QUANTO ÀS NOVAS ESCOLAS CRIADAS 

                    Causou-nos espécie que a Liga “não apta” que se propala como o bastião da Democracia tenha se insurgido de forma tão violenta contra as novas Escolas de Samba – que representam suas comunidades e um grupo imenso de novos foliões e desfilantes que apenas desejam mostrar seu trabalho e que passaram a integrar o Grupo E.

                    É essa a Democracia que conhecem? Aquela que pretende segregar as Escolas a um gueto impenetrável? É castrando as manifestações populares de Agremiações emergentes, fechando-lhes as portas que querem se qualificar como democratas, sob a curiosa alegação em sua “nota oficial” de   que esse mesmo Grupo E foi “…violentamente prejudicado com a criação de escolas sem qualquer fundamentação estatutária e de regulamento do carnaval…” 

                    O que estaria camuflado nesse estranho temor? 

                    Seja lá o que tenham desejado externar com tal frase de difícil compreensão, é de se inquirir a que estatuto e a que regulamento se refere a Liga “não apta”, uma vez que (a) o Grupo E não desfilou no ano corrente e, portanto, não estava e nem está sujeito a qualquer regulamento para o Carnaval/2016; (b) o Grupo E não é o Grupo de Avaliação como quer fazer crer a Liga “não apta”, mas uma nova série composta por Escolas que não foram promovidas na avaliação – por, em tese, terem direitos adquiridos e outras que aprovamos para o novo grupo, por entendermos que possuem estrutura para montar um bom espetáculo, embora não recebam verba pública (c) não nos recordamos em que momento consultamos ou autorizamos essa associação a emitir opiniões sobre a formação de uma nova Série, inexistente no Carnaval/2015 e criada (ou recriada, como preferirem) por nossa Instituição.

QUAL DAS DUAS LIGAS PRETENDE DESCUMPRIR O REGULAMENTO DO CARNAVAL/2015

                    Não podemos nos omitir sobre uma nota anterior daquela entidade, onde a mesma se refere a um suposto “…descumprimento do regulamento acordado com a RIOTUR…” por parte do SAMBA É NOSSO, por não considerar o GRES FAVO DE ACARI como integrante da Série B, quando a outra Liga é quem demonstra seu total desconhecimento ou falta de comprometimento com regras e regulamentos ao considerar que a SÉRIE B teria 16 agremiações (a Liga “não apta” considera, de forma injustificável e arbitrária, o G.R.E.S. Favo de Acari  como a 16ª agremiação da Série B), uma vez que o Regulamento do Carnaval/2015, aprovado pela RIOTUR e disponibilizado para todos no site da LIERJ estabelece que, para o Carnaval/2016, essa Série contaria com apenas 15 Escolas de Samba que seriam as que, pelo somatório das notas – e a matemática não mente jamais – se classificassem nas quinze primeiras colocações, não se enquadrando, assim, a respeitável agremiação de Acari, entre as habilitadas para disputar o Carnaval/2016, pela Série B, segundo o critério aprovado pelas próprias Escolas que assinaram o regulamento em comento.

                    Como se vê, a Democracia que conhecemos é diferente da Democracia alardeada pela liga “não apta”, uma vez que, diferentemente daquela entidade, somos defensores intransigentes do cumprimento das Leis e dos regulamentos.

                    Por fim, considerando que as inverdades veiculadas pela Liga “não apta” não poderiam ficar sem resposta, só nos resta aconselhar aos dirigentes daquela Instituição que, ao invés de buscar seus interesses e objetivos pela via da campanha difamatória infundada, apresentem projetos e ideias para a reformulação do Carnaval da Intendente Magalhães, o que, em nosso entendimento, seria muito mais produtivo do que a velha prática da distorção das palavras e da captação de apoios em troca de falsas promessas e, por isso, propomos, desde já, o desafio de um ou mais DEBATES PÚBLICOS pelos órgãos da mídia do samba, entre os dois Presidentes – das duas Instituições, para que exponham seus projetos, mostrem suas qualidades, seus currículos e provem suas afirmativas como as que alegam “coação” ou “ameaças” a dirigentes de agremiações, sob pena de serem responsabilizados pelas acusações feitas de forma irresponsável.

          O desafio está lançado!

          Tudo pelo bem das Escolas que fazem o Carnaval do Povão!

          Só quem ousa vence!

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Por Paula Ranieri

 


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