Parceria formada por jovens compositores é finalista na São Clemente

Parceria formada por jovens compositores é finalista na São Clemente

Uma nova safra de poetas surge no carnaval carioca e logo no primeiro ano de disputa de sambas de enredo, já estará participando da finalíssima de sambas de uma das escolas mais conhecidas do Rio de Janeiro, a São Clemente. Prova do talento dos compositores Hugo Bruno, Fadico, Danilo Garcia e Leozinho Nunes, idealizador e líder do grupo, que tem a participação especial de Alexandre Moraes, é a liderança nas enquetes realizadas pelos principais sites voltados para a cobertura do samba e carnaval.

A jovem, porém promissora parceria que tem grandes possibilidades de sagrar-se campeã, logo no ano de estreia, por uma escola pertencente à elite do carnaval carioca, tem nas suas origens a principal característica e afirmam: “Somos vencedores na via e estamos buscando nosso lugar ao sol também no samba. Ter um samba cantado na avenida por uma escola como a São Clemente, nos encheria de orgulho”. Para Fadico, que atua como músico, ser compositor de sambas de enredo é um dom, um presente divino. O jovem de 26 anos, que iniciou sua militância no carnaval em 2006, na Estação Primeira de Mangueira, participa das disputas de samba na São Clemente há quatro anos, revela: “Ser convidado pelo Leozinho Nunes e poder compor ao lado de talentosos compositores, está sendo uma experiência fundamental para eu cada vez mais afirmar, amo compor sambas enredo”.

Para o cavaquinhista e produtor musical Hugo Bruno, de 23 anos, a trajetória no carnaval começou há mais tempo, desde quando com seu instrumento de cordas participava dos ensaios da escola mirim Nova Geração do Estácio e lá foi vencedor de alguns concursos. A partir daí passou a compor, sendo um dos finalistas na Estácio de Sá, este ano.  Emocionado Hugo Bruno revela o fato de ser finalista do concurso de samba enredo promovido pela amarela e preta de Botafogo: “Só ter estar participando da final da São Clemente é uma honra imensurável. Imagine ser vencedor e poder contribuir para a escola mais irreverente do nosso carnaval? Não sei se vou aguentar”.

Já Danilo Garcia, jovem de 21 anos, que fora do universo do carnaval estuda História e integrou o segmento de poetas da Unidos de Vila Isabel, afirma ser um ano temos especial só pelo fato de estar apresentando sua obra na final da São Clemente. “Respeitamos a parceria adversária. São grandes artistas na arte de compor. E estar participando ao lado deles dessa etapa da disputa, é honroso demais. Só motivos de orgulho”.

O grande incentivador e também articulador para a formação do quarteto de jovens poetas foi Leozinho Nunes, que com seus 24 anos, demonstrou interesse em reunir o que segundo ele, é o que se tem de melhor em termos de talentos do samba na atualidade. “Quando surgiu a ideia de formar essa parceria, não imaginei que eles fossem topar de imediato”, revelou. Na opinião de Leozinho, o fato de serem amigos e se conhecerem há muito tempo, foi primordial para a formação. “Liguei para todos eles, fui insistente, mostrei a cada um que poderíamos alcançar algo de muito bom”, afirmou.

As dificuldades foram inúmeras, mas superando os obstáculos os “jovens parceiros”, demonstraram através do talento o sonho de participar de uma finalíssima da São Clemente. Os encontros iniciais aconteceram no Estácio para os primeiros acordes e desde então foi sendo solidificada a vontade de superar cada fase da disputa. Segundo o quarteto, o fato de terem sido muito bem recebidos pela diretoria e segmentos da agremiação, contribuiu para o crescimento da obra durante a disputa. A composição feita em cinco encontros teve seu início numa roda de bate papo, passando pelas etapas de gravação, apresentação, classificatórias e agora a grande final, com grandes possibilidades de se tornar o hino da São Clemente, que levará para a Passarela do Samba o enredo “Favela”, sendo a terceira a desfilar no Domingo de Carnaval.

Fotos:
Hugo Bruno, Leozinho Nunes e Fadico, compositores finalistas na São Clemente
Crédito: Arleson Rezende

.
Arleson Rezende